MAIO de 2013


Na década de 1930, Adolf Hitler, o führer da Alemanha Nazi, afirmava que o cancro que minava a Alemanha eram os judeus, para os quais preconizou uma coisa chamada Solução Final, que se concretizou enviando para as câmaras de gás seis milhões de judeus, e inaugurando assim o genocídio em moldes industriais.
Entretanto, quase cem anos decorridos, em Portugal do século XXI, aquelas sementes voltaram a germinar, na forma de um militante da JSD, de nome Carlos Peixoto, que declarou, com pompa e convicção, referindo-se aos idosos em geral, e aos reformados e pensionistas em particular, que o grande problema de Portugal era a epidemia da "peste grisalha". Apenas omitiu que o seu mentor, Pedro Passos Coelho, na prática já não necessita de recorrer às dispendiosas instalações de extermínio usadas pelo monstro alemão, para levar a cabo o "seu" Holocausto; basta cortar nas pensões e outros meios de subsistência, e a tal "peste grisalha" extinguir-se-á, natural e "democraticamente", como por encanto. Provavelmente, não o irá conseguir.
(2013 Maio 25)

Aníbal Cavaco Silva queixou-se do jornalista Miguel Sousa Tavares, por este lhe ter chamado "palhaço", uma expressão infeliz que acaba por manchar todos os membros de uma respeitável e digna classe profissional, que tem todos os motivos para se sentir ofendida, e que merece todo o nosso respeito. Além disso, penso que a expressão foi mal escolhida, na medida em que são muito poucas as vezes que Aníbal Cavaco Silva desperta vontade de rir. Na verdade, apenas tem contribuído para aprofundar o pesadelo social, económico e financeiro em que o país está, situação que nada tem de hilariante. Se Cavaco Silva fosse apelidado de ilusionista, o atributo já se aproximava mais da verdade, pois convocar o Conselho de Estado para falar sobre o futuro, quando se sabe o quão lamentável é o estado em que está o presente, não passa de uma pirueta política, mal medida e alinhavada, sem pitada de sentido de humor. Foi uma manobra de diversão destinada a alimentar falsas expectativas, mantendo operacional uma irmandade de malfeitores chamada Governo, que parece que está em desagregação (mas só parece), para que eles possam continuar, impunemente, a expropriar o país e a confiscar os portugueses.
(2013 Maio 28)

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