Colecções Particulares

Em Novembro de 2007 foi amplamente noticiado que uma semana antes das eleições, Paulo Portas mandou digitalizar 61.893 páginas de documentos que transitaram pelo seu gabinete no Ministério da Defesa. Se em vez de digitalização - que exige um suporte de apenas meia dúzia de DVDs -, estivéssemos a falar de fotocópias tradicionais, e se cada documento fosse apenas uma página de A4, ele teria feito sair do ministério, com destino incerto, nada mais, nada menos, que 123 resmas de papel, com documentação altamente sigilosa, para não dizer de segredos de estado. A verdade é que na altura, ninguém se opôs, ninguém deu um passo, ninguém mexeu uma palha, para averiguar o destino de tal arquivo. Questionado sobre o assunto, Portas disse que se tratavam de notas pessoais a respeito do CDS-PP, o que daria um esgotante labor de 24 páginas diárias de notas pessoais. A empresa que fez a digitalização referiu que alguns documentos tinham escrita a palavra ‘confidencial’. O Ministério Público sabe do assunto, mas não investigou. Onze anos depois, o mistério mantém-se.

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